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domingo, 12 de outubro de 2008

Gira, Gira!

Ela acordou meio atordoada, sem saber onde estava. Não parecia sua casa, não reconhecia as paredes, nem os móveis. O sofá ate que era confortável e, o frio era o que mais incomodava.

Olhou para os quatro cantos da sala, cada lugar, um ou mais corpos amontoados. Olhou a janela, parecia estar claro lá fora. Alguém, em alguns dos quartos vazios, estava acordado. Dava pra se ouvir os baixos cochichos.

Virou então para o lado, sentiu o estômago revirar dentro dela. Ajeitou a almofada, tentou adormecer. Barulhos no fundo de sua mente não deixavam, a sede e o enjôo também não. Pior era a vontade de fazer xixi.

Conseguiu forças para levantar. Esbarrou no cinzeiro que estava no chão e por sorte não pisou em ninguém. Acertou o caminho, acendeu a luz, sentou, fechou o olho, limpou-se, e continuou lá, de olho fechado. Levantou. Abriu a torneira, lavou as mãos. Arrumou os cabelos num espelho que não existia, voltou.

Mas, quando se deu conta, não estava no mesmo lugar. As paredes já tinham mudado, as vozes e os roncos eram outros, quanto mais tentava entender, mais o mundo girava e girava e girava.

Girou tanto, que ela só percebeu que girava quando estava com a cabeça dentro do vaso sanitário, talvez de um outro banheiro, o qual já se podia reconhecer as paredes, o cheiro e ate mesmo o espelho, colocando para fora, tudo o que a deixava menos [ou mais] tonta.

E ai, apenas sorriu.

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